TERAPIA FAMILIAR


Terapia familiar

A terapia familiar ocorre quando um terapeuta atende os membros de uma família ao mesmo tempo. O fato de vários parentes fazerem terapia individual com terapeutas diferentes não se qualifica como terapia familiar. A terapia familiar é uma intervenção do mesmo profissional para tratar questões das dinâmicas familiar e não nos dilemas individuais. A terapia familiar é uma ótima oportunidade para se trabalhar questões relacionados a comunicação dos membros da família. Quais os deveres e responsabilidades de cada um. Qual o lugar de casa um e qual a função de cada um. Quais os limites. O que está ferido e porque está sendo ferido.

Dessa forma, não se trata de um processo individual, mas sim familiar, no qual os membros do grupo compartilham suas vivências e dialogam entre si com a mediação do terapeuta. Sendo assim, o trabalho com famílias guarda algumas semelhanças com a terapia de casal e com a terapia de grupo.

É muito importante ter clareza de que esses atendimentos não visam dar atenção a demandas específicas de cada pessoa, mas sim, à dinâmica do sistema familiar. Nesse sentido, alguns dos focos principais são: a comunicação entre os membros e o desenvolvimento de relações cotidianas mais saudáveis.

As principais abordagens utilizadas na terapia familiar são: a psicanálise, a teoria sistêmica e a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e a constelação familiar. Essas abordagens oferecem importantes contribuições, pois permitem o trabalho com as crenças e os padrões comportamentais, além do treinamento de habilidades sociais.


COMO FUNCIONAM OS ATENDIMENTOS?

Em geral, as sessões são semanais e duram de uma hora e meia a duas horas, e a condução exige muita sensibilidade do profissional. As intervenções e técnicas utilizadas visam auxiliar na comunicação, mediar conflitos, reduzir a ansiedade, favorecer a empatia, esclarecer sobre os papéis exercidos por cada um e fortalecer as relações.

Em alguns momentos, o psicólogo pode sugerir a realização de atendimentos individuais com determinados membros da família. Isso é útil especialmente quando o profissional precisa de mais informações ou percebe uma demanda que merece atenção individual em algum paciente.


O ATENDIMENTO FAMILIAR

Quem trabalha com atendimento clínico logo se vê diante do fato de que nem sempre a terapia individual alcança os resultados esperados. Em muitos casos, é necessária uma intervenção que vá além do paciente (isso acontece muito nos atendimentos infantis, por exemplo). É por isso que modalidades como a familiar, de casal ou de grupo são tão importantes.

Assim, um dos benefícios do terapeuta que oferece esse serviço é alcançar resultados mais satisfatórios ao propor que a terapia inclua os outros membros da família.

A terapia familiar é uma forma de contribuir para relacionamentos mais próximos e positivos entre pais e filhos, irmãos, avós etc. A terapia familiar não só auxilia a melhorar a dinâmica do grupo, mas também traz efeitos individuais, já que as relações familiares são responsáveis por reforçar e manter vários padrões disfuncionais em seus membros.


QUANDO A TERAPIA FAMILIAR É INDICADA?

Os atendimentos a famílias são indicados quando o paciente ou o terapeuta percebem dificuldades mais profundas na interação entre os parentes. É importante saber que cada dinâmica familiar tem naturalmente alguns conflitos e problemas, mas, em alguns casos, existem questões emocionais e comportamentais que demandam a ajuda de um profissional.

É comum que casais com filhos adolescentes enfrentem obstáculos no relacionamento familiar e considerem que isso é algo normal durante a fase da adolescência. Entretanto, o “choque de gerações” nem sempre explica essas dificuldades. Por isso, a terapia familiar pode auxiliar muito a mudar padrões e conquistar uma rotina mais saudável e integrada entre todos.

Os diversos membros de uma família podem fazer parte da psicoterapia. De preferência, devem participar todos os que mantêm uma relação próxima e estão integrados às demandas que serão tratadas na clínica — mas nem sempre isso é possível, seja por recusa da pessoa, seja por dificuldades objetivas em comparecer.

Um ponto interessante a se destacar é que mesmo quem não faz parte da família pode participar da terapia. Por exemplo, se um vizinho ou um amigo muito próximo tiver uma participação intensa na dinâmica familiar, pode ser relevante a inclusão dele no processo.