Se você já ouviu falar em Freud, Carl G. Jung, Jacques Lacan, Melanie Klein ou Marie-Louise Von Franz, então você já conhece a importância da Psicanálise e suas contribuições. Se você já ouviu falar em ego, neurose, persona, sombra, arquétipos, complexo de Édipo, inferioridade, materno , paterno... caminho da individuação, tipos psicológicos, dentre outros, então, você já conhece um pouco das bases que constituem a escola da Psicanálise e a Psicanálise na abordagem junguiana.

O ser-humano é amplo e complexo, por isso, precisamos de cuidados e atenções diferentes. Enquanto o médico cuida da parte objetiva do ser, ou seja, nosso corpo, as dores físicas e dos problemas que se manifestam no corpo de forma geral, o psicanalista seria o “médico” do nosso sistema psíquico, o profissional que cuida da parte subjetiva, ou seja, do nosso íntimo, do nosso ego, das nossas emoções e sentimentos, do desenvolvimento da nossa personalidade, das dores psíquicas que se prolongam por anos e, por vezes, somatizam no corpo físico.

O objetivo da psicanálise é trazer a consciência do indivíduo as raízes de tudo que o sufoca, incomoda, lhe cause dor, sofrimentos, medos, inseguranças, ansiedade, raiva, dificuldades, depressão, fobias, transtornos, lidar com vícios e dependências, lidar com perdas, separações e etc.. É ajudá-lo a libertar-se das teias que o prendem. É trazes luz e organizar sua consciência dando-lhe suporte e ferramentas para encontrar as soluções e novos caminhos. É cuidar e alimentar o seu íntimo com conteúdo que o nutram e ferramentas que o auxiliem nas demandas e adversidades da sua vida.

A consciência manifesta exatamente o que tem dentro de si, por esse motivo, qualquer mudança em qualquer área da vida somente poderá ocorrer a partir de uma mudança na consciência, caso contrário, estaremos mudando os personagens e o cenário, mantendo a ilusão de mudança, mas permaneceremos obtendo os mesmos resultados, permanecendo presos a ciclos de repetições.

Buscamos inconscientemente um equilíbrio dentro de nós e precisamos desse equilíbrio, sem ele, permanecemos em processo de afetamento constante.

A terapia junguiana irá apoiar o processo de individuação. Este processo não tem nada a ver com ser egoísta ou se isolar. Individualidade é ser único, diferente, singular. É assumir sua real personalidade, ser original e viver deliberadamente. Fazer o que todos fazem é ser um sujeito coletivo, como uma abelha, uma formiga... se por um lado esta atitude garante uma aceitação no grupo, qualquer que este seja (família, amigos, trabalho, partido), por outro torna-se facilmente aquela gaiola dourada da qual Jung se referiu.

Individuação é o caminho na busca do sentido individual do estar sobre esta Terra, ter nascido dessa família, ter vivido o que foi vivido, ter feito escolhas certas e erradas, ter determinadas ambições, medos e dúvidas. Individualização é rejeitar respostas prontas, questionar-se, não se contentar-se. É poder avaliar seu sistema de crenças, ficar consciente a respeito do que você acredita, porque você acredita, para onde ele está te conduzindo, quais experiências está atraído.

Quem se permite o acesso a própria fonte, desperta o verdadeiro potencial do incrível ser que é.