ESCLARECENDO MITOS E VERDADES
1) POSSO CURAR A DEPRESSÃO OU ANSIEDADE POR VIA MEDICAMENTOSA?
A resposta direta é não!
O medicamento receitado pelo médico tem, por objetivo, a intenção de promover um alívio da dor, angustia e o desconforto que a pessoa esta sentido. Ela se encontra em um estado de sofrimento e isso irá gerar um desiquilíbrio químico e hormonal. A medicação atua como um estabilizador de humor. O medicamento atua no sistema nervoso e nenhum medicamento consegue chegar na esfera do íntimo.
É importante que o leitor entenda a força que nossas vivências e interações possuem, exercendo forte impacto em nossas vidas e que também são responsáveis pela produção de hormônios importantes, como: Serotonina, Endorfina, Ocitocina, Adrenalina, além de outros. Esses hormônios são responsáveis por produzir sensações e sentimentos importantes de prazer, êxtase, felicidade, bem estar, estado de atenção e alerta, além de ação analgésica de forma natural e saudável.
Quando estamos envolvidos em uma rotina e relações que não ajudam na produção desses hormônios, iremos gerar uma deficiência e passar a experimentar outras sensações, como: dor, medo, angustia, desespero, solidão, abandono, rejeição, desamino, aprisionamento... isso fará com que nosso sistema decaia, inclusive o imunológico. Quando decaímos iremos entrar em depressão.
A depressão e a ansiedade possuem estágios e cada pessoa pode vivenciar uma dinâmica diferente. A estrutura psíquica de cada pessoa irá determinar o tipo de depressão e ansiedade e como ela irá se desenvolver e evoluir. Cada pessoa possui seu ego e o mesmo possui sua dinâmica de desenvolvimento, ou seja, como aprendeu as coisas, como aprendeu a elaborar as vivências, lidar com conflitos, achar soluções, atribuir importância e valor, se possui uma autoestima baixa, alta ou equilibrada. A estrutura do ego irá determinar sua estrutura emocional e o quanto ele consegue dar conta de certas vivências, emoções e sentimentos. Quais crenças você carrega, como toma decisões e quais as bases das suas decisões.
Medicação não ajuda a desenvolver estrutura psíquica e nem recursos para o ego. Ela é apenas um paliativo e atua como um suporte para que a pessoa possa se levantar e trabalhar seu fortalecimento emocional. A terapia é fundamental para esse processo pois, é ela quem irá instrumentalizar e fortalecer o ego, além de trazer soluções reais para as causas de fato. A terapia irá tratar as fontes da causa.
Faça a seguinte reflexão: uma pessoa está com depressão ou ansiedade e vai até o médico. Este lhe receita o medicamento X – 10mg. A pessoa começa a tomar a medicação e passa a sentir um pouco melhor. Após um período de tempo, 3 ou 4 meses ela percebe que a medicação já não possui o mesmo efeito e ela marca um retorno ao médico. No seu retorno o médico decide aumentar a dosagem de 10mg para 15mg ou 20mg. O que isso quer dizer? O que isso significa? A pessoa está melhorando ou piorando? Sua depressão ou ansiedade está progredindo ou regredindo?
As pessoas não param para pensar sobre isso, refletir o que está acontecendo, se ater aos efeitos. Ela está ali na experiência, mas está dormente e não elabora o que está acontecendo para rever o tratamento.
Não é incomum vermos pessoas tomando medicação para depressão ou ansiedade por longos período contínuos de tempo, 2, 3, 5, 10 anos. Quando vamos inspecionar, nos deparamos com o seguinte fato: as fontes da causa permanecem. Na prática, nada mudou em sua dinâmica de vida. Ela permanece sem ter vivências que promovam de forma natural os hormônios responsáveis pela geração do estado de felicidade, prazer, alegria, êxtase, bem estar... Ela está no fundo do poço, se acostumou e muitos passam a achar sua dinâmica e rotina normal.
2) DEPRESSÃO É UMA DOENÇA?
Não!
Ambas são sintomas e devem ser encaradas dessa forma, pois elas apenas manifestam a existência de um desequilíbrio emocional. Existe uma causa real e a depressão ou ansiedade são a expressão dessa causa em forma de sintoma.
Veja bem... uma pessoa investe todo seu recurso financeiro na bolsa de valores. Ocorre uma virada e ela perde tudo. Ao se deparar com essa vivência o impacto é tão grande que ela comete suicídio e se joga da ponte. Ela estava doente? Claro que não! O que ocorre é que seu ego não possui estrutura e recurso para lidar com essa experiência, foi demais para ele. O ego não conseguiu elaborar a vivencia e lidar com o fato de que perdeu tudo. Que cometeu um erro grave, que terá que enfrentar a família, amigos, talvez sócios/parceiros, recomeçar do zero.
Uma pessoa pega seu parceiro traindo e perante essa Vicência comete suicídio, ou mata seu parceiro ou cai em depressão profunda. Ele está doente? Claro que não. É uma vivência forte para essa pessoa e se ela tiver um pouco de recurso de ego, ou seja, emocional, irá cair em depressão ou invés de “surtar” e cometer suicídio ou assassinato.
Uma pessoa está em uma relação abusiva e vive com medo, humilhada, sem carinho, respeito, afeto... ela entra em depressão. Ela esta doente? Claro que não!
A depressão é quando nos sentimos tristes com aquilo que nos causa tristeza. É quando nos sentimos mal com aquilo que nos agride. Isso não é doença. A depressão nos ajuda a separar o bem do mal. Aquilo que acolhe do que agride. Ajuda a formar caráter e senso ético, além da noção de certo e errado.
Para muitos é difícil fazer a conexão entre sua “doença” seu estado de desequilíbrio com sua dinâmica de vida, ou seja, suas relações doentias. Credite, existe uma fonte real para seu desequilíbrio ou doença.
Basicamente a diferença entre depressão e ansiedade é a seguinte:
LINHA DO TEMPO DA VIDA
PASSADO | PRESENTE | FUTURO
Depressão | Equilíbrio | Ansiedade
Depressão é excesso de passado. É o estado onde uma pessoa se prende a uma situação ou condição. Por isso existe a depressão pós parto, depressão por luto, depressão por perder um emprego, uma relação... A pessoa tem uma dificuldade em fazer uma transição, em encerrar um ciclo e seguir em frente. Existe uma dificuldade em lidar com desapego e mudanças. A pessoa não consegue vir para o presente, o agora e se projeta para trás na linha do tempo.
A ansiedade é o movimento oposto, onde a pessoa se projeta para frente. Ela também não consegue ocupar o lugar do agora, se posicionar no presente. Ela está sempre olhando para o futuro e fica presa na ilusão, na fantasia de que tudo está lá, no futuro. Seja uma solução, um prazer, uma felicidade, realização... O agora é desconfortante e não consegue se conectar. Mesmo alcançando algum prazer, a sensação de satisfação é passageira e no momento seguinte já volta a se projetar no futuro. Vive uma cobrança e busca incansável. Avançar na linha do tempo promove o efeito de aceleramento mental. O futuro é incerto, uma inconstante e tudo pode acontecer, tudo pode mudar.
Quem se projeta no passado fica lento e quem se projeta para o futuro fica acelerado. Existe um impacto no sistema psíquico e isso pode ser constatado facilmente. Quando saímos do presente, iremos promover um desequilíbrio emocional.
3) DEPRESSÃO E ANSIEDADE SÃO SINAIS DE FRAQUEZA?
Sim!
Por mais que as pessoas busquem negar isso, quem afunda em uma depressão, por exemplo, sinaliza uma fraqueza de ego. Isso mostra que o ego da pessoa não possui os recursos necessários para lidar com sua questões.
Muitas pessoas confundem força, com suportar uma situação ou condição. Isso é falso, pois é preciso muito mais força para dizer não, basta, chega e mudar uma realidade. É preciso força emocional para enfrentar a adversidade da vida, perceber que você não tem controle sobre os eventos e ouras pessoas. Mudar a própria condição e colocar limites. É preciso força emocional para assumir seus erros e recomeçar. Para seguir em frente, apesar de tudo.
Nenhum medicamento vai resolver nada por você. Vai tomar decisões por você ou colocar limites.
Um ego fraco vai afundar, se submeter, se humilhar, ficar refém e escravo do medo. Vai querer fugir ou se esconder.
Reveja seu tratamento e não coloque toda sua ideia de “cura” em tratamentos medicamentosos, pois este não é o caminho.
É preciso compreender que existem profissionais adequados para cada necessidade e precisamos gerar alinhamento entre nossa necessidade e o especialista. Se você possui um problema elétrico em seu carro, não adianta você chamar o João eletricista, pois o eletricista residencial não entende de elétrica automotiva.
Reflita profundamente a respeito desse artigo, faça sua pesquisa e se permita fazer o tratamento adequado para sua necessidade.
Espero que este artigo tenha ajudade e, desejo, do fundo do meu coração, que você ou as pessoas que você conhece, com um desses sintomas, melhore!